ATA DA CENTÉSIMA VIGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 09.11.1992.
Aos nove
dias do mês de novembro do ano de mil novecentos e noventa e dois reuniu-se, na
Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre,
em sua Centésima Vigésima Sétima Sessão Ordinária da Quarta Sessão Legislativa
Ordinária da Décima Legislatura. Às quatorze horas e quinze minutos foi
realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato,
Antonio Hohlfeldt, Clóvis Brum, Clóvis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio
Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Giovani
Gregol, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Dib, João Motta, João Verle, José
Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz
Braz, Mano José, Nereu D'Ávila, Omar Ferri, Vicente Dutra, Vieira da Cunha,
Wilton Araújo, Manira Buaes e Mário Fraga. Constatada a existência de
"quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e
determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias das Atas da Quadragésima
Sétima Sessão Solene e da Centésima Vigésima Sexta Sessão Ordinária, as quais
foram aprovadas. Do EXPEDIENTE constou o Ofício nº 232/92, do Sindicato dos Municipários
de Porto Alegre. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Airto Ferronato, 01
Pedido de Informações e pelo Vereador Edi Morelli, 01 Pedido de Providências e
01 Indicação nº 120/92 (Processo nº 2260/92). A seguir, foi aprovado
Requerimento do Vereador Artur Zanella, solicitando Licença para Tratamento de
Saúde no período de nove a onze do corrente. Após, o Senhor Presidente declarou
empossado na Vereança o Suplente Martim Aranha Filho, em substituição ao
Vereador Artur Zanella, e, informando que Sua Excelência já prestou compromisso
regimental nesta Legislatura, ficando dispensado de fazê-lo, comunicou-lhe que
passaria a integrar a Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação. Em
continuidade, nos termos do artigo 100, da Lei Orgânica Municipal, Tribuna
Popular, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Adil Senara Rocha dos
Santos que, representando o Setor de Leitura do Departamento Municipal de Águas
e Esgotos, discorreu sobre o trabalho realizado e as dificuldades enfrentadas
pelos funcionários desse Setor, ressaltando suas reivindicações na busca de
melhores condições de trabalho para os mesmos. A seguir, foi aprovado
Requerimento do Vereador Wilton Araújo, solicitando inversão dos trabalhos da
presente Sessão, bem como na ordem de votação das matérias constantes na Ordem
do Dia. Constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO
DIA. Foram aprovados os seguintes Requerimentos: do Vereador Artur Zanella,
solicitando seja realizada, no dia doze do corrente, uma Sessão Solene dedicada
a homenagear a ADVB- Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil, pelo
transcurso de seus trinta anos de fundação; do Vereador Cyro Martini,
solicitando seja o Projeto de Lei do Legislativo nº 45/92 retirado, nos termos
regimentais; do Vereador Dilamar Machado, solicitando seja considerado em
regime de urgência o Projeto de Lei do Legislativo nº 160/92; do Vereador
Giovani Gregol, solicitando seja manifestado o repúdio desta Casa ao massacre
ocorrido no dia dois de outubro do corrente ano, na Casa de Detenção, em São
Paulo, e, também, solicitando seja manifestado o apoio desta Casa ao trabalho
realizado no esclarecimento do referido massacre; do Vereador Lauro Hagemann,
solicitando seja o período do Grande Expediente do dia dois de dezembro próximo
dedicado a homenagear o transcurso dos quarenta anos do Curso de Jornalismo da
Faculdade de Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; do
Vereador Leão de Medeiros, solicitando seja considerado em regime de urgência o
Projeto de Lei do Legislativo nº 143/92; do Vereador Wilson Santos, solicitando
seja considerado em regime de urgência o Projeto de Lei do Legislativo nº 01/92
e do Vereador Wilton Araújo, solicitando seja realizada uma Sessão Solene no
dia dezenove do corrente destinada a homenagear a Consciência Negra. Após,
foram aprovados destacadamente os seguintes Requerimentos: do Vereador João
Dib, solicitando seja o período do Grande Expediente do dia dezoito do corrente
destinado a comemorar o centenário de nascimento do Jornalista Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de
Melo e do Vereador Vicente Dutra, solicitando seja o Projeto de Lei do
Legislativo nº 149/91 submetido a renovação de votação. Ainda, foi apregoado
Requerimento do Vereador Isaac Ainhorn, solicitando a constituição de uma
Comissão Especial para estudar e apresentar alternativas para o Imposto Predial
e Territorial Urbano do próximo ano, o qual, após ter sido encaminhado à
votação pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Luiz Braz, João Dib, Airto Ferronato,
João Motta e Vicente Dutra, foi retirado a Requerimento do autor, deferido pelo
Senhor Presidente. Na ocasião, o Senhor Presidente respondeu Questões de Ordem
dos Vereadores Clóvis Brum, Isaac Ainhorn e Antonio Hohlfeldt, acerca da
votação do Requerimento acima referido. Após, foi apregoado o Parecer nº
446/92, da Comissão de Constituição e Justiça, o qual foi retirado pelo Senhor
Presidente, tendo Sua Excelência, na ocasião, respondido Questões de Ordem dos
Vereadores Luiz Braz e Wilton Araújo, relativas a esse Parecer. Ainda, foi
deferido pelo Senhor Presidente o Requerimento do Vereador Dilamar Machado,
solicitando destaque para a votação do artigo 2º do Projeto de Resolução nº
34/92, e foi apregoada Emenda de Liderança de autoria do Vereador João Dib,
aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 06/92 (Processo nº 265/92). Após, foi
aprovado Requerimento do Vereador Leão de Medeiros, solicitando que o Projeto
de Resolução nº 34/92 seja retirado, nos termos do artigo 106 do Regimento
Interno. Em Discussão Geral e Votação foram aprovados os Projetos de Lei do
Legislativo nos 137 e 147/92 e o Projeto de Resolução nº 41/92. Em
Discussão Geral e Votação esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 150/92 que,
após ser discutido pelos Vereadores João Dib, Vicente Dutra e Antonio Hohlfeldt,
foi retirado nos termos do artigo 81 da Lei Orgânica Municipal, a Requerimento
do Vereador Vicente Dutra, deferido pelo Senhor Presidente. Em Discussão Geral
e Votação esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 06/92, a Requerimento,
aprovado, do Vereador Wilton Araújo, teve adiada sua discussão e votação por
três Sessões. Ainda, foram, aprovados Requerimentos do Vereador Vicente Dutra,
solicitando que os Projetos de Lei do Legislativo nos 137 e 147/92 e
o Projeto de Resolução nº 41/92 sejam dispensados de distribuição em avulsos e
interstício para suas Redações Finais, considerando-as aprovadas nesta data. O
Projeto de Lei do Legislativo nº 137/92 e o Projeto de Resolução nº 41/92
receberam votação simbólica e não nominal por Requerimento do Senhor Presidente,
aprovado pela maioria dos presentes. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram,
em 1ª Sessão, o Substitutivo nº 02 ao Projeto de Lei do Executivo nº 04/92, o
Projeto de Resolução nº 50/92 e o Projeto de Lei do Legislativo nº 165/92; em
2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 156 e 160/92 e o
Projeto de Lei do Executivo nº 66/92; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do
Executivo nº 54/92 e os Projeto de Lei Complementar do Executivo nos
09 e 10/92. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Isaac Ainhorn discorreu acerca do
Projeto relativo ao Imposto Predial e Territorial Urbano de Porto Alegre e
propugnou por alterações no mesmo, tendo em vista que, caso tais alterações não
ocorram, serão observados prejuízos para os munícipes. Disse que esta Casa
deveria ter se manifestado com mais presteza quanto ao referido imposto,
salientando que essa matéria deverá ser examinada até a próxima sexta-feira. O
Vereador João Motta reportou-se ao pronunciamento do Vereador Isaac Ainhorn, em
que aquele Vereador declara que a matéria referente ao Imposto Predial e
Territorial Urbano de Porto Alegre deverá ser discutida até a próxima
sexta-feira, classificando tais declarações como eleitorais, face às eleições
municipais do próximo fim-de-semana. Teceu comentários acerca da viagem feita
por crianças da Vila Cruzeiro do Sul à França, custeada por doações e pelo
governo francês, dizendo ser a mesma resultado de um trabalho da Secretaria
Municipal de Educação e analisando a importância dessa viagem na vida das
crianças que dela participaram. E o Vereador João Dib falou sobre afirmações
feitas pelo candidato do Partido dos Trabalhadores à Prefeitura Municipal,
acerca do trânsito da Cidade, dizendo não entender o Senhor Tarso Genro de
engenharia de trânsito e questionando o trabalho da Secretaria Municipal dos
Transportes no referente à colocação de um terminal de ônibus-lotação junto ao
Viaduto Obirici. Ainda, classificou como inadequada a forma de construção, pelo
Departamento Municipal de Águas e Esgotos, de um esgoto no Bairro Assunção.
Durante a Sessão, os trabalhos estiveram suspensos por quatro minutos, nos
termos regimentais. Às dezesseis horas e vinte e nove minutos, constatada a
inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Dilamar Machado, Airto Ferronato e Leão de Medeiros e secretariados pelos
Vereadores Leão de Medeiros e Airto Ferronato, sendo que este atuou como
Secretário "ad hoc". Do que eu, Vereador Leão de Medeiros, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, a qual, após ser
distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente e por
mim.
O SR. PRESIDENTE (Dilamar Machado): Havendo
"quorum" declaro abertos os trabalhos da presente Sessão.
Pedido de licença do Ver. Artur Zanella, três dias de
Licença para Tratamento de Saúde, a contar desta data, 9 de novembro, conforme
atestado em anexo. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
A Mesa convoca o Ver. Aranha Filho, já presente, que é
empossado e dispensado de prestar compromisso regimental, e integra a CUTHAB.
Passamos ao período destinado à
Esse período foi solicitado pelo Sindicato dos Municipários
para manifestarem-se sobre a situação dos funcionários do setor de leitura do
DMAE.
Com a palavra a Srª Adil Senara Rocha dos Santos, que
representa o Setor de Leitura do DMAE, conforme o Requerimento do Sindicato dos
Municipários.
A SRA. ADIL SENARA ROCHA DOS SANTOS: Exmo Sr.
Presidente da Câmara, Srs. Vereadores e Vereadoras, eu estou aqui representando
o Setor de Leitura, e vim aqui fazer um apelo aos Nobres Vereadores no tocante
a nossa situação como funcionários desse setor. Eu quero fazer aqui um breve
relato do que consiste a nossa reivindicação, porque nós estamos fazendo uma
reivindicação em cima da nossa atribuição, da peculiaridade da nossa função.
Nós somos leituristas de hidrômetro de água, nós fazemos leitura de água na
rua, somos funcionários agentes de serviço externo, então, é o seguinte: por
mais de 15 anos esse setor trabalhou num sistema de trabalho em que pegávamos e
saíamos para a rua, executávamos aquela tarefa e no término da tarefa
entregávamos a tarefa ao monitor, e ele era o encarregado de levar as tarefas
ao DMAE e dali nós íamos para a Casa, porque tocávamos o serviço direto, até
hoje é assim, continuamos tocando o serviço direto, sem almoço, sem parar, nós
não paramos nem para ir ao banheiro, nós tocamos direto. Acontece o seguinte,
só um detalhe, nós sempre fizemos esse serviço sem alteração, sem prejuízo para
o DMAE, sempre fizemos tudo direitinho, repassávamos os códigos todos, agora,
de março de 1992 para cá, a Direção do DMAE achou por bem que nós teríamos que
retornar ao setor para bater o cartão. Isso sem nos consultar, e isso,
obviamente, causou um transtorno muito grande para nós, porque, vejam só, Srs.
Vereadores, pensem bem, nós estamos na rua, nós fazemos aquele trabalho sem
parar, sem almoçar, sem nada, aí temos que esperar até o último leiturista que,
muitas vezes, termina o serviço 3, 4 horas da tarde e um que termina o serviço
às 2 horas tem que esperar até 3, 4, até que o outro termine para a Kombi juntar
todos e ir ao DMAE bater cartão. Só para bater o cartão, sendo que as tarefas
nós já estamos com elas assinadas. É o comprovante de que nós trabalhamos, é o
comprovante de que nós executamos o trabalho. Então, em cima disso, a nossa
reivindicação é no tocante à Administração reconsiderar e anular essa batida de
cartão, já que nós comprovamos que trabalhamos, porque a nossa tarefa está
assinada.
Outra questão: ao trabalharmos na rua, somos um setor que
trabalhamos Porto Alegre inteira, nós começamos no Sarandi e vamos até Belém
Novo, dia por dia, gradativamente. Há muitas zonas onde não temos condições de
almoçar nem por ticket nem por dinheiro, porque não existem bares e, quando
existem, os tickets não alcançam os valores das refeições. Então temos de dar
dois tickets, recebendo como troco um vale, o qual se desvaloriza, pois só
vamos reutilizá-lo no próximo mês, quando voltamos àquela zona. Há casos de
leituristas-reservas, que não de equipe, que nem no mês seguinte voltam. Isso é
dinheiro que perdemos. Tudo isso só por uma batida de cartão. Se não batêssemos
o cartão, iríamos para Casa, tomar banho, descansar, para no outro dia
retornarmos direto ao trabalho, já que o nosso trabalho é cansativo. Fizemos
reuniões no setor, fizemos uma comissão e fomos até a Administração para levar
nossas reivindicações. A Administração rejeitou a nossa comissão. Pediu uma
comissão paritária; organizamos a comissão paritária, mas também foi rejeitada
pela Administração.
Não sei por que motivo, se é discriminação, não sei qual o
problema, mas, hoje, a Administração está formando uma comissão, mas vetou o
meu nome e vetou a participação do Sindicato ao setor. Então, fica o apelo, em
nome do Setor de Leitura, para o apoio dos Srs. Vereadores no tocante a que a
Administração reconsidere essa medida.
Outro problema é que estão sendo aumentadas gradativamente
as leituras, sem a nossa consulta. Então, vamos chegar ao ponto de caminharmos
as oito horas consecutivas na rua, sem descanso, como foi o caso de
sexta-feira. A equipe na qual eu trabalho caminhou sem descanso, e até hoje
pela manhã eu e meus colegas nos queixávamos de dor nas pernas, porque estamos
trabalhando mal. Sobre essa questão é que, em nome do Setor de Leitura, eu
venho pedir apoio dos Vereadores, mais particularmente aos Vereadores do PT,
que reconsiderem a questão, porque foi a Administração que se valeu em cima das
lutas sindicais, e hoje ela rejeita o Sindicato, hoje ela tira o Sindicato fora
das negociações e também priva uma funcionária, que está fazendo o trabalho, de
falar em nome do seu Setor. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Agradecemos a presença
da companheira Adil Senara Rocha dos Santos, que, em nome do Setor de Leitura
do DMAE, utilizou, através de solicitação do Sindicato dos Municipários, a
nossa Tribuna Popular.
Passamos, agora, ao período de Discussão Preliminar de
Pauta.
O SR. WILTON ARAÚJO (Requerimento): Eu gostaria de inverter
a ordem dos trabalhos de hoje, começando com a Ordem do Dia. Dentro da Ordem do
Dia, eu faria um segundo Requerimento: que o primeiro Processo, de folhas 6,
fosse deixado como último Processo a ser discutido e votado, e, em primeiro
lugar, fossem discutidos e votados os Requerimentos.
O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO o
Requerimento.
Ingressamos, de imediato, na Ordem do Dia. Solicito ao Sr.
1º Secretário que proceda á chamada nominal dos Srs. Vereadores, para
verificação de "quorum", para ingresso na Ordem do Dia.
O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada
nominal dos Srs. Vereadores para verificação de "quorum".) Vinte e um
Vereadores presentes, há "quorum" Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Passamos à
Nos termos do
Requerimento do Ver. Wilton Araújo, o Processo às folhas 6 será o último a ser
votado e passamos imediatamente à votação dos Requerimentos encaminhados à
Mesa.
(Obs.:
Foram aprovados os Requerimentos conforme consta na Ata.)
O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, nós
vamos colocar em votação, agora, matéria oriunda da Comissão de Justiça de nº
446/92, que encaminha ao Plenário manifestação daquela Comissão, nos termos do
parágrafo primeiro, do artigo 99 do Regimento Interno, a pedido do Ver. Luiz
Braz, na qualidade de Presidente da CPI que investiga irregularidades
administrativas no exercício 89/92.
Ver. Luiz Braz, a palavra com V. Exª.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o Ver.
Wilton Araújo, que foi autor do recurso que trouxe a matéria até este Plenário
já retirou e, assim sendo, eu acredito que a votação deste Parecer da Comissão
de Justiça perde o seu objeto.
O SR. WILTON ARAÚJO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu
gostaria de ratificar as palavras do presidente da CPI, no sentido do que houve
no âmbito daquela Comissão, e foi solicitado por este Vereador que também fosse
encaminhado a V. Exª o pedido de retirada desse Requerimento, dado ter perdido
o objetivo principal.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa não tem nenhuma
objeção. Parece-me extremamente lógica a colocação do Ver. Braz e do Ver.
Wilton Araújo. Se não há oposição dos companheiros de Plenário, a Mesa defere e
retira a matéria de votação. (Pausa.) Está retirada, com autorização Plenária.
Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn, solicitando a
constituição de uma Comissão Especial com objetividade de estudar e apresentar
alternativas para o IPTU de 1993.
Historicamente, o Ver. Isaac Ainhorn fez esse Requerimento
e, nos termos Regimentais, foi encaminhado à Comissão de Finanças e Orçamento
da Casa, que se manifestou contrariamente à pretensão do Ver. Isaac Ainhorn.
Aí, a matéria foi para a Comissão de Justiça como recurso do Ver. Isaac
Ainhorn. O Parecer do Ver. Vicente Dutra, que teve maioria na Comissão de
Justiça, é pela acolhida do recurso do autor, remetendo-se a Plenário a decisão
final sobre a acolhida do Requerimento.
A Mesa coloca em votação o Requerimento do Ver. Isaac
Ainhorn, para que seja constituída uma Comissão Especial para tratar do IPTU,
nos termos do requerido.
Com a palavra, o Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Eu peço destaque para
este Requerimento.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, a
respeito do Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn, nós emitimos um parecer que
deve ter sido considerado voto vencido. Votamos contra, demos um Parecer contra
este Requerimento, Sr. Presidente, até porque já está aí a Lei Orçamentária e a
Comissão de Finanças já examina a matéria. Eu acho que dentro da Comissão de
Finanças, a esta altura dos acontecimentos, seria mais eficiente o trabalho da
Câmara em cima do IPTU, porque constituir uma Comissão Especial agora vai criar
uma dificuldade muito grande.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Clóvis Brum, a Mesa
esclarece a V.Exª que V. Exª votou contra um Parecer de sua própria autoria,
que foi rejeitado na Comissão. Posteriormente, houve um outro Parecer e V. Exª
votou a favor e foi aprovado por unanimidade.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, mas eu
votei com o meu Parecer.
O SR. PRESIDENTE: Sim, depois, o outro
parecer, V. Exª votou a favor.
O SR. CLÓVIS BRUM: Mas a esta altura já
chegou a Lei Orçamentária, por economia processual, de tempo, de tudo Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE: De qualquer forma a
Mesa, por mais lógica que entenda a posição de V. Exª, não pode decidir assim,
tem que deixar ao Plenário a decisão. O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
para encaminhar.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, encaminhei este pedido de Comissão Especial, aqui na Casa, no dia
24 de julho, para que fosse apreciado nos primeiros dias de agosto. Mas eu não
sei se é a Bancada do PT que consegue capitanear, que consegue pautar esta Casa
que, sistematicamente, esses assuntos não são enfrentados e contemplados pela
Câmara e assim que, quando os contribuintes se dirigem à Secretaria da Fazenda,
a alegação é essa, e por isso é que muitos não se elegeram. O que é que
acontece? A alegação diz assim: quem fez a Lei foram os Vereadores, vá reclamar
para os Vereadores. Depois, o Sr. Tarso Genro vai para os debates de televisão
e, do jeito que está, ganha mesmo, o que é que ele diz? "Não, o IPTU foi
uma grande negociação que fizemos com a Câmara de Vereadores." Temos que
render homenagens, temos que tirar o chapéu para a Bancada do PT, que tem sido
competente aqui nesta Casa, ou o Executivo. Esta é a realidade do que acontece.
Este requerimento, a Bancada oposicionista tinha condições de estar enfrentando
o IPTU desde agosto e não encaminha porque tem uma Comissão de Finanças, que o
Ver. João Dib muito bem conhece, que teima em não se reunir e que quando se
reúne não decide nada. O ano passado bloqueou a discussão sobre o IPTU. E é
isso que acontece aqui. Infelizmente, eu também assumo criticamente,
autocriticamente, uma posição de que também sou responsável por essa situação,
mas tem sido competente e temos que tirar o chapéu para a Bancada do PT,
reconhecer a competência da Bancada do PT e dos seus articuladores políticos,
porque têm conduzido a Câmara de Vereadores. Isso aqui está desde agosto para
ser votado; nós já poderíamos estar tratando do IPTU. Agora nós chegamos a um brete,
com o IPTU novamente como um problema para o ano que vem.
Ontem, o candidato César Schirmer colocou com muita
propriedade a questão, quando apontou que quem pagou um milhão de cruzeiros vai
pagar treze milhões de IPTU. Quem pagou dois milhões e oitocentos, vai pagar
treze vezes mais. Essa é a média. E nós tínhamos que estar discutindo este
assunto desde o início do ano para revogar essas alíquotas absurdas que vão até
1,2%. Infelizmente, nós não conseguimos derrubá-las. Esse é um assunto que,
para mexer, realmente eu considero um assunto que se precisava trabalhar o ano
inteiro; quando viesse o projeto do IPTU para a Câmara, Vereador Luiz Braz, nós
já estaríamos preparados para apresentar soluções que fossem não as soluções do
Ver. Isaac, do Ver. Dib ou do Ver. Nereu D'Ávila, seriam as soluções da Câmara
de Vereadores da Cidade de Porto Alegre. Mais uma vez, nós vamos ter que atacar
casuisticamente, mas eu tenho certeza de uma coisa: este ano, as Bancadas do
PDT, do PMDB, do PDS, do PTB vão ter a responsabilidade política para
apresentar uma alternativa para o IPTU, bloqueadora da sanha tributária.
O PDT perdeu as eleições, mas é um partido político
organizado na Cidade de Porto Alegre e tem uma responsabilidade política muito
grande. E essa responsabilidade nós vamos manifestar aqui desbloqueando este
Projeto, porque agora o Sr. Tarso Genro vai para a televisão e o que é que diz?
"Não, a Câmara é que aprovou, foi uma negociação política." E aí
envolve todo mundo. A Câmara que aprovou, é Lei Municipal e não se faz lei sem
a participação da Câmara. E ele está certo. O pior de tudo é que ele está
certo.
Eu acho que, rigorosamente, neste momento, não há razão para
constituir uma Comissão Especial, é inócua. Realmente não é mais o momento.
Essa Comissão tinha sentido lá. Juridicamente, como o assunto não é só matéria
de finanças e orçamento, eu divirjo do Parecer da Comissão de Finanças e
Orçamento. Acho que a matéria é de natureza orçamentária, sim, mas é de
natureza jurídica, também, e não pode ficar na exclusividade da Comissão de
Fianças e Orçamento. Pela relevância da matéria, tinha que ser abarcada pelo
conjunto da Casa, por uma Comissão Especial, não nesse momento. Agora, cabe a
nós examinarmos o Projeto que está aí, do Executivo. Cabe a nós, realmente, nos
circunscrevemos à atuação da Comissão de Justiça, da Comissão de Finanças e de
outras que estiverem com o assunto. Não vamos deixar que aconteça tudo de novo,
outra vez, em relação ao IPTU do ano que vem. Porque essa história de dizer que
ficar na inflação está bom, quando a base é alta não tem inflação que resista.
Então, é caro para a população, Ver. Elói Guimarães. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Leão de Medeiros): Encaminha pelo PTB, Ver.
Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu acredito que o Ver. Isaac Ainhorn apresentou, ele mesmo, a
argumentação do porquê de nós não podermos aceitar o Requerimento que foi
colocado em votação. Até pediria para o Ver. Isaac Ainhorn, e desço da Tribuna
neste instante, que retire o seu Requerimento. Votar o quê? V. Exª afirmou que
nós não devemos votar agora. Eu acredito até, Ver. Isaac Ainhorn, que naquela
época, quando V. Exª apresentou o seu Requerimento, em junho, julho, esta,
realmente, era uma época pertinente para nós fazermos aqui, quem sabe, uma
Comissão Especial, para, o lado da Comissão de Finanças, examinarmos essa
matéria, que é realmente uma matéria de muita importância, que é o IPTU,
porque, afinal de contas, acredito que mais alguns dias e nós vamos enfrentar
aqui essa grande batalha do IPTU neste Plenário. Mais alguns dias e vamos ter
que apresentar as soluções para o IPTU que será cobrado no ano que vem. Eu
acredito que tem uma parte do Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn que ainda não
perde a sua substância, que é exatamente aquilo que se refere ao IPTU de 1992.
Simplesmente, aqueles que não conseguiram pagar o IPTU de 1992, aqueles que vão
ter a dívida do IPTU passada para o ano que vem, realmente vão enfrentar um
problema muito pesado. Essa dívida, cobrada nos moldes da Administração
Municipal, vai-se transformar numa dívida muito grande. A Câmara Municipal, que
ajudou a provar este IPTU, que ajudou a criar este problema tem, por obrigação,
que ajudar também a resolvê-lo. Quem sabe, criando uma Comissão Especial para
resolver esse problema com o IPTU de 92 e os problemas que serão gerados
através dessa votação que nós faremos do IPTU para 1993. Eu acho que é uma
obrigação da Câmara, que ajudou a criar o problema, ajudar também, agora, a
inventar uma solução para que aquelas pessoas que estão se vendo amarguradas,
sem poder pagar o seu IPTU de 92, possam encontrar uma solução. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver.
João Dib, que encaminha pelo PDS.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Antes de mais nada, gostaria de registrar minha profunda tristeza;
eis que S. Exª, o Presidente da Comissão de Finanças não está no Plenário.
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, compete, na forma do art.
37 do Regimento Interno, à Comissão de Finanças exercer o acompanhamento e
fiscalização orçamentária, sem prejuízo das demais Comissões da Câmara
Municipal, examinar relatório de execução orçamentária, disposto no artigo 119
da Lei Orgânica do Município. A Comissão de Finanças não atinge os seus
objetivos, não cumpre as suas obrigações e o salário dos municipários foi
roubado porque o Presidente da Comissão não acompanhou. Até o salário dos
Vereadores foi roubado porque o Presidente da Comissão de Finanças não teve o
mesmo desempenho que teve neste Processo do Ver. Isaac Ainhorn que, um mês e
dois dias depois de ter entrado na Câmara, o Ver. Presidente da Comissão deu o
seu Parecer sozinho. Não foi a Comissão, foi o parecer do Presidente da
Comissão de Finanças e nada mais, não foi, Ver. Isaac Ainhorn? Não foi a
Comissão de Finanças que contrariou o Requerimento de V. Exª, foi o Presidente
da Comissão de Finanças, que não cumpre com as suas obrigações, quando se trata
do art. 119, 125, do 23, da Lei Orgânica. Então não tem moral o Vereador quando
vai fazer este ou aquele pedido, esta ou aquela Comissão. Ele tinha era que
cuidar do salário dos municipários que foi roubado, e não se jactar como fez,
quando me entregou oito balancetes deste ano, ao invés de fazer análise
criteriosa, ao invés de não aceitar aquela farsa de balancete que tem aceita
sistematicamente. Agora, quando um Vereador pretende buscar solução para um dos
graves problemas da população, então ele é todo lei, todo ordem, todo presteza.
Assim como aconteceu no ano passado, quando nós quisemos reduzir as verbas de
publicidade e o relator da Comissão de Finanças cortou a possibilidade de todos
os Vereadores diminuírem no Orçamento as verbas que a Administração da
Prefeitura gastou. E, neste ano, neste primeiro semestre, a cada semana, era
possível construir uma creche com o dinheiro da propaganda da Prefeitura.
Propaganda, muitas vezes, desonesta, porque mentia, mas o Presidente da
Comissão de Finanças não estava presente para dizer: - Sr. Olívio Dutra, e o
119? Como é que gastaram o dinheiro?
Ainda na semana passada eu pedi que a Comissão de Finanças
explicasse a este Plenário o excesso de arrecadação da Prefeitura. Onde está a
presteza do Presidente da Comissão de Finanças? Eu pedi que me explicassem
aqui, como é que se estabeleceu a UROMPA lá na Secretaria Municipal da Fazenda.
Isso compete à Comissão de Finanças. Onde está a atuação do Presidente da
Comissão de Finanças? Distribuindo cargos? Não, chega de cargos. Eu quero
encargos. É muito mais importante o encargo do que o cargo. Mas nós temos é que
distribuir cargos, nós temos é que cuidar do Sr. Olívio Dutra e do Sr. Tarso
Fernando, com a cobertura sistemática do Presidente da Comissão de Finanças.
Muitas vezes o PT votou contra o Olívio, mas o Presidente da Comissão de
Finanças, não. Não, ele realmente é fiel ao Olívio, mas também não é fiel aos
Municipários. Estão aqui os dados por ele fornecidos, mostrando que os
Municipários foram lesados sistematicamente, e ele nenhuma vez pediu que se
fizesse análise da Lei 6855 e a sua aplicação. Por que não pediu? Porque, o Dr.
Olívio, o Dr. Tarso, tinham que gastar o dinheiro em outras coisas, e não pagar
os servidores, volto a dizer, nem dos salários dos Vereadores ele cuidou. Até
os Vereadores foram lesados por falta de competência, por falta de seriedade no
trato das coisas quando se trata do art. 119 da Lei Orgânica e também o art.
125 da Lei Orgânica. Isso não há de passar permanentemente assim.
Agora o Ver. Isaac Ainhorn pretende uma Comissão para
examinar o IPTU, para propor sugestões e o "todo poderoso" Presidente
da Comissão de Finanças por si e unicamente por si determina que não pode ser
feito. Não foi a Comissão de Finanças, foi o Presidente da Comissão de Finanças
que, no exercício pleno de sua autoridade, fez, mas as vezes que pedi que
trouxesse de parte do Sr. Olívio e o Dr. Tarso Fernando a explicação sobre o
art. 119 da Lei Orgânica que eles juraram aqui, nenhuma vez. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encaminha, pelo PMDB, o
Ver. Airto Ferronato.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, Senhoras e Senhores, eu assomo à tribuna, neste momento, até porque
ouvi algumas bobagens que não podem ficar como estão. Há uns Vereadores
inteligentes, mas que muitas vezes se perdem, não sabem o que dizem, acabam
dizendo um monte de absurdos e entendem que nós temos que ficar quietos.
Primeira coisa é que a Comissão de Finanças nunca se reúne. Quem é que disse
essa bobagem? Foi dito pelo Ver. Isaac Ainhorn que a Comissão não se reúne. O
problema da Comissão de Justiça é dela, nós não temos nada que ver. Agora, a
Comissão de Finanças se reúne sim e com seriedade. Quem é que disse que foi só
o Presidente que fez o Parecer? Não é verdade, participamos, discutimos o Processo
e autorizamos. Eu estou dizendo que tanto o Ver. Luiz Braz, quanto eu, quanto o
Ver. Luiz Machado participamos do processo sim. Em segundo lugar, quanto tempo
ficou esse Requerimento na Comissão de Justiça, presidida pelo PDT? Que culpa
temos nós, Ver. Luiz Braz? Nenhuma. Então, a Comissão de Finanças tem o seu
Presidente, não é do meu partido. Agora, nós Vereadores temos o dever de
mostrar que estamos presentes em todas as reuniões da Comissão. Por outro lado,
quando fui Presidente da Comissão de Finanças em 1989-1990, presidi com muita
seriedade aquela Comissão e apresentei na Lei Orgânica uma série de propostas
que vieram a fortalecer, sim, as Comissões, apresentamos, e muitos que hoje
pregam essa história da competência votaram contra naquela oportunidade.
Apresentei dizendo que os Projetos iriam para as Comissões, apresentei na de
Finanças e estão indo para as outras. Então a nós, da Comissão de Finanças, não
estou aqui para defender, vejo como vê o Ver. Luiz Braz que é possível um
entendimento de outra forma, não é necessária essa radicalização, vamos ver
como é que nos entendemos. Por outro lado, nós da Comissão de Finanças, que
disse o Ver. Isaac Ainhorn que nós estamos fazendo o que eles querem, isso não
é verdade também. V. Exª disse que o PT está sendo competente na Administração
das Comissões, está sendo competente, sim. Não discuto. Agora, nós votamos
segundo a nossa consciência e nada nem ninguém altera a nossa consciência, este
é um ponto interessante. E a Comissão de Finanças, independentemente de sair
uma outra comissão que tratará desse tema, respeito se ela sair, vai tratar com
seriedade todas as questões relacionadas com o IPTU, e não se diga que nós não
fizemos nada, porque no ano passado, volto a dizer, apresentei uma proposta que
tinha 16 artigos que, dentre uma série de coisas, autorizava a pessoa com
benefício a pagar a taxa de lixo em 31 de janeiro com 20% de desconto, e muitos
dos que hoje gritam não aprovaram a idéia, sequer foram para a tribuna,
prejudicaram 10, 12, 15 mil inativos de baixa renda, eu tenho provas disso,
está comigo, apresentei hoje Processo nº 4 (quatro) desta Casa, cópia do
Processo que eu apresentei anteriormente. Então, nós não somos omissos, nós
estamos aqui para defender os interesses da Cidade. Aproveito a oportunidade,
eu ouvi ontem o Dr. Tarso Genro dizer que não vai mais aumentar os tributos,
que vai ser a média da inflação, só que a média da inflação, a Câmara tem que
ter informações para saber que média é essa. Por quê? Porque se nós temos média
zero para todos os inativos, se essa média zero, do isento, entra no cálculo,
vai ter gente pagando cinqüenta vezes para empatar com a inflação. E, Ver.
Isaac, V. Exª tem razão. As coisas demoram demais. Eu tenho o Projeto 4 de
1992, que trata...
O Sr. Isaac Ainhorn: (Aparte
anti-regimental.)
O SR. AIRTO FERRONATO: Vereador Isaac Ainhorn.
V. Exª apresentou, há alguns dias um Projeto reduzindo a taxa de esgoto! O
Projeto de V. Exª pode ser inconstitucional, mas está esperando o quê?
Exatamente o que eu espero! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Vereador João Motta
está com a palavra.
O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Eu não tenho procuração para defender o Presidente da Comissão de
Finanças, Ver. Lauro Hagemann e nenhum dos membros da referida Comissão. Agora,
o dia em que nós não precisarmos mais que as Comissões Permanentes, como a
Comissão de Finanças, Ver. Isaac Ainhorn, se debruce sobre aquilo que talvez
seja o mais importante, seu objeto específico de existência enquanto Comissão
Permanente, a gente deve ir para o Plenário e ser coerente com essa posição e
defender a extinção das Comissões. Não tem uma outra posição mediada capaz de
compatibilizar o seu ponto de vista com a existência de uma Comissão regimentalmente
instituída para verificar, discutir e debater esse tipo de tema.
Portanto, meu primeiro encaminhamento é exatamente pela
defesa da Comissão de Finanças, porque foi recentemente discutido no Regimento
Interno e ela foi mantida. E não foi mantida por acaso. E nós devemos ser
coerentes com aquilo que decidimos no Regimento Interno, Ver. Luiz Braz. Se
alguém aqui acha que, em cima do interesse A ou B, por mais legítimo que seja-
e o Ver. Isaac Ainhorn tem legitimidade ao propor que ele polarize o debate do
IPTU- e se isso significar o corte de uma Comissão Permanente instituída nesta
Câmara, eu acho que devemos repensar as relações. Por isso, em primeiríssimo
lugar, nesta decisão, está em jogo isso: ou nós garantimos o espaço legítimo e
democraticamente votado por todo este Plenário, se não me falha a memória, pela
permanência da Comissão de Finanças enquanto Comissão Permanente, ou não. Em
primeiro lugar, é isso que está em discussão neste momento. Em segundo lugar,
prezados companheiros Vereadores, o que está em discussão aqui, também- Ver.
Luiz Braz, V. Exª parece que andou relembrando isso- num debate com o Ver.
Dilamar Machado, com o Ver. Airto Ferronato e com o Ver. Leão de Medeiros, na
sexta-feira passada, lembro muito bem que eu disse que podemos ter divergências,
que cada partido assume a posição que quiser assumir, em qualquer tema, na
Câmara, Ver. Isaac Ainhorn, agora, sempre, aqui, porque é uma Casa política, o
método, o princípio de se resolverem as diferenças e as divergências sempre
foram as negociações, as transigências e o jogo aberto. Portanto, não vamos
agora inventar uma outra instância para puxar a discussão sobre o IPTU, porque
nunca foi assim, Ver. Isaac Ainhorn. Sempre as negociações do IPTU foram
abertas, sempre as Bancadas foram representadas legitimamente pelas Lideranças
que, legitimamente, escolhem os líderes no início de cada Legislatura. Então,
não vamos inventar fórum, não vamos inventar instância, agora, para decidir
sobre essa questão que é muito importante. Portanto, esse é o segundo argumento
que defendo em Plenário para me posicionar contrário a esse Requerimento do
Ver. Isaac Ainhorn. Por quê? Porque o Ver. Isaac Ainhorn quer inventar um outro
fórum, uma outra instância para resolver aquela discussão que sempre foi feita,
num primeiro momento, na Comissão de Finanças e, depois, através da Presidência
desta Câmara, juntamente com as Lideranças e o conjunto de Vereadores. O
Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn propõe a exclusão, do Plenário, da maioria
dos Vereadores. É por isso que não podemos aceitar esse Requerimento. Ver.
Isaac Ainhorn, podemos ter divergências – e temos, sim – sobre a questão do
IPTU, agora, não vamos excluir o conjunto desta Câmara da participação nesse
debate. Por isso, somos contra esse Requerimento. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dilamar Machado): Para encaminhar, como
Relator, o Ver. Vicente Dutra.
O SR. VICENTE DUTRA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Essa matéria, em tese, já foi discutida neste Plenário e teve
acolhida quando vigorava o Regimento anterior. Quer dizer, não se pode tirar da
competência de uma Comissão especial a apreciação de matérias relevantes. O
Regimento Interno anterior era um tanto quanto dúbio com relação a essa
matéria. Neste Regimento, ele diz, expressa e claramente, quando trata de
comissões especiais e enquadra esse tipo de caso: “A Comissão Especial será
constituída mediante Requerimento do Vereador, submetido preliminarmente ao
exame da Comissão Permanente afim com a matéria, se houver, e com o
consentimento dessa, aprovado pelo Plenário.” Então, está aqui, no Regimento
Interno, art. 63, § 3º, que o Requerimento de constituição de Comissão Especial
para examinar matéria relevante deve ter aprovação, não só passar, mas ter o
consentimento da Comissão afim. Agora a questão é essa: Qual a Comissão para
examinar esta questão?
No meu Parecer abordo o seguinte, e foi aprovado, não sei se
o Ver. João Motta votou contra, não vejo isso aqui, mas foi por unanimidade da
Comissão, de que essa matéria que envolve IPTU é uma matéria que toma conta da
Cidade, não existe nesta Casa matéria que envolva mais a comunidade, a
imprensa, do que o IPTU. E no fim ela vai terminar na Justiça, como está
atualmente, o IPTU está sendo discutido no Tribunal de Justiça do Estado, é o
foro jurídico.
Portanto, é também a Comissão de Justiça o foro; a comissão
afim para estudar essa questão, pode ou não preceder a Comissão especial. Essa
é a questão que tem que ser definida pelos Srs. Vereadores. A Comissão de
Finanças também. Mas, antes de ser uma questão puramente de ordem financeira,
econométrica, é uma questão de ordem fundamentalmente jurídica. E pode se
instituir imposto progressivo, alíquotas, se a planta de valores pode ser
aprovada por decreto, pelo amor de Deus! São questões eminentemente de ordem
jurídica.
Entretanto, propus e foi aprovado pela Comissão de Justiça
que a matéria pode ser apreciada pela Comissão de Justiça, que deve se
manifestar sobre se a matéria pode ser constituída ou não, não só a Comissão de
Finanças.
Faço um apelo ao Ver. Isaac Ainhorn, porque estabelecido por
unanimidade, decidido pela Comissão de Justiça que é um direito dela se
manifestar sobre a matéria, que V. Exª retire o Requerimento de constituição de
uma comissão especial, porque ela perdeu o seu sentido. Não tem mais efeito
nenhum. O Projeto já está tramitando na Câmara e não tem mais sentido se
constituir uma Comissão Especial.
Então, peço a atenção do Ver. Isaac Ainhorn no sentido de
que V .Exª, naquele gesto de grandeza de que sei que é dotado, que retire o
Requerimento, que peça a retirada deste Requerimento porque não há sentido.
Agora, em tese sim, é matéria pertinente à Comissão de Justiça, mais do que à
Comissão de Finanças. Então, matéria afim, Comissão afim também é a Comissão de
Justiça. Se houver empate nas duas o Plenário decida se deve ser constituída ou
não. Não me parece que a Comissão de Justiça tem precedência por ser matéria de
ordem jurídica, e como ela examina todas as matérias que tramitam na Casa, de
ordem jurídica, se ela decidir que é o plenário da primeira constituição, ela
tem precedência. Mas eu dou de barato que se houver empate entre as duas
Comissões, que o Plenário então decida. Obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais
encaminhamentos...
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, consulto
a Mesa se posso encaminhar pela Bancada do PDT, porque já encaminhei como
autor.
O SR. PRESIDENTE: Na realidade, trata-se
de encaminhamento, caberia o requerido por V. Exª na fase da discussão. No
encaminhamento é votação e encaminhamento por Bancada.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Trata-se de um
Requerimento e Requerimento só se encaminha, e é previsto o Requerimento ser
encaminhado, pelo menos no outro Regimento, eu não tenho certeza neste, é
previsto ser encaminhado pelo autor e pelo partido. Se isso é permitido, então
se eu encaminhei por mim, como autor do Requerimento, é um encaminhamento de
Requerimento, queria ver se é possível encaminhar pelo Partido.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, tenho
uma Questão de Ordem de ordem diferente da levantada pelo Ver. Isaac Ainhorn.
Em havendo um Parecer da Comissão de Justiça, ao qual se referia o Ver. Vicente
Dutra, neste momento, eu me permitiria indagar a V. Exª se nós não temos que
antes votar o Parecer da Comissão de Justiça, porque o Parecer da Comissão de
Justiça indica pela impossibilidade da aceitação do Requerimento do Ver. Isaac
Ainhorn. Então, no meu entendimento, nós deveríamos primeiro votar o Parecer da
Comissão de Justiça que será decidido, homologado ou não, pelo Plenário da
Casa. Então sim, depois, votaríamos o Requerimento, se o Plenário entender que
deva ser votado. Derrubado o Parecer da Comissão de Justiça, o Requerimento
será votado, caso contrário o Requerimento não poderá ser aceito, deverá ser
rechaçado pela Mesa, mas antes temos que decidir em cima do Parecer da Comissão
de Justiça.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa acolhe a Questão
de Ordem de V. Exª e suspende os trabalhos para dar resposta aos dois
questionamentos: do Ver. Isaac Ainhorn e do Ver. Antonio Hohlfeldt.
Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h22min.)
O SR. PRESIDENTE (às 15h24min): Srs. Vereadores,
reabrimos os trabalhos respondendo às Questões de Ordem. Inicialmente a Questão
de Ordem apresentada pelo Ver. Isaac Ainhorn. Nos termos do Requerido pelo
Vereador a Mesa defere o seu pedido de encaminhamento como autor, nos termos do
art. 44, § 3º do novo Regimento Interno que diz claramente: “dependerá de
deliberação do Plenário, sem discussão, com encaminhamento e votação, através
do autor e de um representante de cada Bancada o Requerimento que solicitar”,
Letra “o”: “Com instituição de Comissão Temporária, exceto a Parlamentar de
Inquérito.” Por conseqüência, cabe o encaminhamento do Ver. Isaac Ainhorn, que
já encaminhou como autor e que encaminharia posteriormente pela Bancada do PDT,
que ainda não se manifestou sobre a matéria.
Com relação à Questão de Ordem do Ver. Antonio Hohlfeldt, o
Parecer do Ver. Vicente Dutra diz claramente: “Somos favoráveis à constituição
de uma Comissão Especial para o exame do IPTU de 1993. Pela acolhida do recurso
do autor, remetendo-se a Plenário a decisão final sobre a acolhida do
Requerimento.” Em conseqüência, o que se colocará em votação é o Requerimento
do Ver. Isaac Ainhorn para que seja constituída essa Comissão Especial.
Com a palavra, o Ver. Isaac Ainhorn para encaminhar pelo
PDT.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, talvez se no ano passado tivesse sido aprovado um Requerimento nos
mesmos termos deste aqui, criando uma Comissão Especial, em fevereiro quando
este Vereador requereu e que jamais foi votado, jamais foi votado, talvez o
IPTU deste ano, que a população pagou não fosse tão penalizante e a história
talvez tivesse sido outra. O que nós queremos, Nobre Vereador-Presidente, é que
o assunto do IPTU seja mais debatido nesta Casa. Nós reconhecemos o trabalho da
Comissão de Justiça, nós reconhecemos o trabalho da Comissão de Finanças, até quero
dizer ao Ver. Ferronato que não estou aqui para fazer uma afirmativa de que a
Comissão de Finanças não se reúne, até porque não participo dessa Comissão e
não sei se ela se reúne ou não, mas sei que ela não traz resultados concretos
com relação ao IPTU em benefício da população, dentro da ótica deste Vereador.
No ano passado o Prefeito Olívio Dutra empurrou goela abaixo aqui na Câmara uma
comissão salvadora que ia resolver todos os problemas do IPTU. Ela chegou no
final e não conseguiu nem resolver o problema da Planta de Valores, porque a
empresa que ela contratou para fazer a licitação pública foi tal a confusão que
se deu que teve de anular a licitação pública levada a efeito pela
Administração Pública Municipal. Então tem tanta coisa errada nessa história do
IPTU que nós ficamos, Verª Manira, assombrados, verdadeiramente assombrados.
Assombrados! Como é que a Câmara de Vereadores, e somos cobrados diretamente,
diariamente nesse assunto, não toma uma posição enérgica em relação ao IPTU e
coíbe os abusos do PT, se somos 22 na Bancada oposicionista, com respeito à
Bancada do PT que tem uma visão. Agora, nós somos 14 do PDT, 4 do PDS, são 2 do
PMDB, 2 do PTB, nós teríamos maioria tranqüila para revisar o IPTU na Cidade de
Porto Alegre e não conseguimos. Então eu acho que realmente tem razão o
candidato a Prefeito Tarso Genro quando afirma: "Olha o IPTU é a Câmara
quem estabelece, nós negociamos o IPTU com a Câmara e a maioria é vencedora.”
Pois eu acho que chegou o momento de nós darmos um basta a isso e pensarmos
sobretudo em benefício da população que está apavorada, a classe média, que
tenho orgulho em representar aqui. Eu represento toda a Cidade, mas recebo
diariamente telefonemas, como outros Vereadores desta Casa, apavorados com o
espectro do IPTU do ano que vem, e apavorados com o IPTU deste ano. Hoje pela
manhã, me ligou um engenheiro, apavorado, dizendo que não tinha condições de
pagar a última parcela de um milhão e oitocentos de IPTU, e que não sabia o que
ia ser no ano que vem. É isso aí, ela vai ser punido porque, durante 30 anos,
conseguiu construir uma Casa na Chácara das Pedras? Será que o fato de ter
conseguido um casa na Chácara das Pedras, vai-se adotar o critério de quem tem
mais deve pagar mais e quem tem menos deve pagar menos? Ele mora numa casa na
Chácara das Pedras, é engenheiro, e está desempregado, Ver. José Valdir! Eu sei
que V. Exª pensa também no conjunto da sociedade! Nós somos favoráveis à
criação de uma comissão, podemos até admitir que, se esta Casa consensualizasse
três ou quatro reuniões neste momento para discutir o IPTU do ano passado e
deste ano, nós estaríamos dispostos a apontar encaminhamentos ao Projeto de
Lei. Poderíamos até retirar, se houvesse um acordo de Lideranças nesse sentido.
Eu reconheço aquela colocação procedente que V. Exª está fazendo. Agora o que
se observa é que um Requerimento, no ano passado, eu entrei em fevereiro, e ele
não foi aprovado, não foi examinado pelo Plenário. Este ano eu entrei em 24 de
julho, ele andou, andou, em 04 de agosto, no início dos trabalhos, o Ver.
Dilamar Machado despachou, foi a CFO em 05 de agosto. Em 26 de agosto, vinte e
um dias depois, foi prolatada a manifestação da Comissão de Orçamento, assim
ele vai, e acabou não se reunindo a Comissão de Finanças. Eu entendo que, por respeito
a todas as Comissões da Casa, eu acho que pelo menos a aprovação fica como um
alerta, para nós termos parâmetro de ação em relação ao conjunto da Casa sobre
o IPTU. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamentos.
A Mesa colocará em votação o Requerimento do Ver. Isaac
Ainhorn, para que seja constituída uma Comissão Especial com o objetivo
especial de estudar e apresentar alternativas para o IPTU de 1993 e exame dos
problemas existentes em relação ao IPTU do ano 1992.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, gostaria
de saber se há um Projeto do Executivo sobre alterações no IPTU tramitando na
Casa.
O SR. PRESIDENTE: Sim.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente como se processa
o trabalho das Comissões para esse Processo?
O SR. PRESIDENTE: Além do Projeto do
Executivo, há outro de autoria do Ver. Airto Ferronato.
Esses processos, que ora tramitam, são examinados pelas
Comissões de Justiça, de Finanças e de Transporte e Habitação.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Tendo em vista as
respostas que V. Exª me concedeu em relação ao trâmite regimental deste Projeto
de Lei do Executivo que trata do IPTU para o ano de 93, e podendo tratar também
do de 92, eu retiro o meu Requerimento.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa defere o
requerido pelo Ver. Isaac Ainhorn.
Srs. Vereadores, a Mesa apregoa proposição do Ver. Airto
Ferronato. É um Pedido de Informações acerca da receita tributária gerada pelo
ISSQN no período em que as empresas concessionárias de Transporte Coletivo por
ônibus estiveram sob intervenção municipal.
VOTAÇÃO
PROC.
Nº 1356/92 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 34/92, do Ver. Leão de Medeiros, que valoriza
a participação e atuação dos detentores de títulos honoríficos conferidos pela
Lei nº 1534, de 22 de dezembro de 1955, e pela Resolução nº 731, de 10 de
dezembro de1979. Com Emenda nº 01.
Parecer:
- da CCJ.
Relator, Ver. Vicente Dutra: pela aprovação do Projeto com a Emenda nº 01.
- da CEC.
Relator, Ver. Décio Schauren: pela rejeição com a Emenda nº 01.
O SR. PRESIDENTE: Requerimento de autoria
do Ver. Leão de Medeiros, solicitando a retirada do Projeto de Resolução nº
34/92, nos termos do artigo 106 do Regimento Interno. Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
PROC.
Nº 1683/92 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 137/92, do Ver. Vicente Dutra,
que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Desembargador
Antônio Augusto Fernandes.
Observação:
- Incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM.)
O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, este
Projeto deve ser votado nominalmente, porém a Mesa, antes de colocar a matéria
em discussão, vai colocar em votação Requerimento solicitando votação simbólica
para o mesmo. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em discussão. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Requerimento de autoria do Ver. Vicente Dutra, solicitando
seja o PLL nº 137/92 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para
sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC.
Nº 1823/92 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 147/92, do Ver. Vicente Dutra,
que declara de Utilidade Pública a Associação Beneficente Santa Zita de Lucca.
Observação:
- Incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da
LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Requerimento de autoria do Ver. Vicente Dutra, solicitando
seja o PLL nº 147/92 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para
sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC.
Nº 1889/92 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 150/92, do Ver. Vicente Dutra,
que altera o art. 1º da Lei nº 7031, de 06 de maio de 1992, que denominou Praça
Anita Zanduwais um logradouro público.
Observação:
- Incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. Para
discutir a palavra com o Vereador João Dib.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Nada contra a homenagem que queira se fazer à Srª Aparecida Anita
Zanduwais. Mas o Projeto de Lei do Ver. Vicente Dutra, que denomina um
logradouro público – e eu entendo no meu fraco entendimento que a área não é um
logradouro público -, é uma área pertencente ao patrimônio da Prefeitura, não é
um bem de uso comum, é um bem da Prefeitura que tem um terreno que está sendo
até discutido, que não há resolução do Conselho do Plano Diretor
transformando-o em praça. Portanto, eu não me sinto apto a votar favoravelmente
esse tipo de Projeto de Lei. Eis que todas as vezes que se denomina um
logradouro público vem um documento da Secretaria Municipal de Obras e Viação.
Neste Processo há uma parte do levantamento aerofotogramétrico da Cidade, onde
está designada a área, mas não com a informação da SMOV- pode até ter partido
de lá, não estou colocando dúvidas. Mas não parece que seja o caso de denominar
um bem do patrimônio municipal e não um bem do uso público e não uma praça,
transformá-la em praça sem uma resolução do Conselho do Plano Diretor.
Por isso eu pediria ao Ver. Vicente Dutra propusesse o
adiamento deste Projeto até para que se pudesse fazer uma análise mais
profunda, eis que ele está sendo votado em razão do art. 81 da LOM.
De qualquer forma, eu vou votar, se for para votação,
contrariamente. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra para
discutir o autor, Ver. Vicente Dutra.
O SR. VICENTE DUTRA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, a vontade do Legislador e a decisão desta Casa não pode ser tolhida
por falta de um outro elemento informativo de menor expressão.
Na verdade, existe um próprio municipal, lá está a praça, lá
tem parque infantil, tem balanço, tem bancos, tem árvores que foram plantadas.
Na verdade é uma praça em toda a sua plenitude, e é um próprio municipal.
Agora, porque a SMOV não mandou croqui, porque essa área não está cadastrada,
isso é um assunto de menor importância. Esta Casa tem, sim, o direito de
decidir sobre a denominação de um logradouro, porque aquilo é de fato um
logradouro, ainda que a SMOV não tenha, por decisão não sei de quem, fornecido
o devido croqui. Se formos pesquisar as dezenas de processos que têm nesta
Casa, vamos encontrar inúmeros processos que tramitam sem croqui ou com croqui
alterado. Esse croqui é apenas um elemento informativo e foi suprido esse
croqui. Mesmo assim foi suprido pelo fornecimento que a SMOV fez de um
levantamento aerofotogramétrico, que está apenso ao Processo a folhas 6, onde
localiza o local a que está sendo oferecida a denominação.
Portanto, é próprio municipal. Existe ali uma praça com
bancos, com brinquedos infantis, com árvores e tudo mais, é uma praça em toda a
sua plenitude. Há vontade do Legislador, então não falta mais nada, não vai ser
um simples documento, um croqui que vai deixar que essa vontade seja
manifestada e expressa no Plenário da Casa. Portanto, eu conclamo aos Srs.
Vereadores que aprovem, sim, esse pedido de denominação, que, inclusive, é um
pedido muito sentido da comunidade israelita de Porto Alegre para homenagear
Annita Zanduwais, uma senhora extraordinária, que muito fez pelas obras sociais
de Porto Alegre de todas as religiões. Era a senhora que mais promovia chás,
eventos aqui em Porto Alegre, para "n" entidades, católicas,
espíritas, enfim, acho que as que ela menos atendia eram as israelitas. Então,
é sim de se homenagear Annita Zanduwais nessa tarde dando o título de Cidadã. O
Ver. João Dib, como engenheiro, é um tanto quanto formalista. Nós, bacharéis e
deve ser também o espírito que deve animar os Vereadores, nós temos o bem maior
a ser protegido, e o bem maior a ser protegido aqui é a vontade do Legislador,
e não um simples formalismo de um documento que estaria faltando, mas não
falta, porque está suprido pelo levantamento aerofotogramétrico. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa se permite, Ver.
Vicente Dutra, corrigir a expressão de V. Exª “estaria concedendo o título de
Cidadã à Srª Annita”. Trata-se de um ato emotivo do Vereador que está
concedendo o nome da Srª Annita Zanduwais a uma praça, um logradouro público.
Com a palavra, o Ver. Antonio Hohlfeldt. V. Exª tem a
palavra.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, muito especialmente Ver. Vicente Dutra, eu não sou engenheiro, mas
sou também formalista nas coisas que eventualmente podem colocar em xeque a
seriedade e a competência desta Casa.
Faz parte da técnica legislativa e do procedimento
legislativo correto sim a apresentação de um croqui, fornecido pela Secretaria
Municipal de Obras e Viação, e tanto faz parte que nesta semana a Auditoria me
devolveu um processo, de minha autoria, porque havia sido ultrapassado o prazo
de validade do croqui dos 90 dias. E eu não tive dúvida em ir à SMOV e pedir a
revalidação do croqui.
O Ver. Dib entendeu bem o perigo que nós corremos, Ver.
Vicente Dutra, nós corremos um risco e, eventualmente, um ridículo, de
batizarmos uma coisa que talvez depois não venha mais a nos pertencer, ou não
chega a nos pertencer, enquanto representantes da Cidade.
A vontade do legislador vale sim, mas vale dentro da
legalidade. A tramitação deste Projeto levanta, pelo menos, duas questões
sérias.
Em primeiro lugar, ela propõe uma troca de denominação. E,
como bem levantou a Assessoria Técnica Parlamentar, e foi ratificado pela
Auditoria da Casa, modificações dependem de plebiscito, se não houver
duplicação de nomes. Não houve isso, e nem há previsão disso. Em segundo lugar,
depende sim do croqui, e o croqui não é mera formalidade; não é apenas um
elemento formal, é a garantia de um conhecimento por parte do Poder Público
daquele local. Não existe isso. E parece que o Ver. Vicente Dutra, não fora o
seu longo tempo na Casa, tenta evitar essas questões ao pedir o artigo 81,
pulando inclusive por cima dos pareceres das Comissões. E poderiam as Comissões
buscar o saneamento do Processo.
Então, me desculpe o Ver. Vicente Dutra, a homenagem já foi
feita à Dona Annita Zanduwais, ela já tem uma Praça com o seu nome. Se o
Vereadores, autor, no caso não sei se é V. Exª falhou em não ir no local ver as
condições do imóvel antes de denominar é problema do Vereador, ele que assuma a
sua responsabilidade. Mas agora vir em cima disso envolver todo o Plenário da
Casa, e deve trocar no meu entendimento, irregularmente. Nós não temos todos os
documentos necessários, com todo o respeito ao Ver. Vicente Dutra, eu me nego a
apoiar essa iniciativa. No ano passado, eu tive o cuidado imenso nesse tipo de
Projeto, inclusive por insistência do Ver. Nereu D'Ávila nós iniciamos um
procedimento que culminou no Projeto do Ver. Dilamar Machado, sobre o qual
vamos votar a discutir nos próximos dias, um veto parcial, que é a questão dos
plebiscitos.
Nós abrimos um caminho tranqüilo quanto a isso.
Agora, temos de seguir regras do jogo, porque senão cada
Vereador vai inventar uma maneira, nós não temos mais nem por que ter
Vereadores. Cada um vai fazer o que bem entender, vai aprovar com a conivência
dos demais, e a Casa é quem vai passar vergonha. Porque se realmente esse
espaço não for oficializado, nós, mais uma vez, talvez pela terceira vez,
teremos de trocar o nome da Praça Annita Zanduwais.
Esperemos um pouco, o Projeto é recente, 20 de agosto, nós
podemos esperar um pouco, ter solucionadas essas questões, cumprir o que deve
ser cumprido em relação ao andamento do processo legislativo e, sobretudo, ter
o croquis. Por que a SMOV não deu o croqui? Por que ela não pode dar o croqui.
Porque ela não tem poder de dar os croquis. Isso deveria alertar o Vereador
para, por enquanto, a irregularidade, não vamos dizer ainda a ilegalidade.
O Sr. Vicente Dutra: V. Exª faz uma
associação entre o Projeto anterior que denominava Praça Annita Zanduwais e o
atual Projeto, inclusive formulando uma hipótese de que este Vereador não foi
no local. Fui no local, sim. Acontece que esse aspecto do croqui é o que está
em jogo nesse momento, vem confortar minha tese. Porque a SMOV deu o croqui de
um terreno que não poderia ter dado. E, neste caso, que está lá a praça, com
bancos, com playground infantil, com árvores adultas, com desejo da comunidade
em usufruir aquela praça. Neste caso ela não deu o croqui. Então eu pergunto:
que valor tem esse croqui?
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Vereador, não de o
croqui, por quê? Simplesmente porque a praça recebe chuva? Isso não tem nada
que ver. Faça-se um muro de arrimo e resolva-se o problema! Faça-se um projeto
de urbanização da praça e está resolvido o problema! O que tem a ver isso com o
croqui da SMOV?
O Sr. Vicente Dutra: Não deu porque recebeu
ordens de não dar, Vereador. Isso é decisão política.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Se é uma decisão
política, protege a V. Exª. V. Exª tem uma rapidez em conseguir a documentação
para tramitar esse processo que é fantástica. Existe um setor com funcionários
concursados lá dentro.
O Sr. Vicente Dutra: Eu estou usando a força
do Regimento.
O SR. PRESIDENTE: Lamento ter de
interromper, mas terminou o tempo.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Aprendi com o Ver. Isaac
Ainhorn, mas eu respeito V. Exª. Vou encerrar imediatamente Vereador, apenas
não queria cortar a palavra do Ver. Vicente Dutra.
O Sr. Vicente Dutra: Já houve essa confusão,
estou vendo que o Plenário é muito mais formalista do que deveria ser para
matéria desse tipo. Eu, então, peço a retirada da matéria para uma apreciação
mais demorada.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT: Ver. Vicente Dutra, me
permita, peça a retirada do artigo 81 tão-somente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR VICENTE DUTRA: Eu peço a retirada do
artigo 81 para mostrar que esse Vereador não tem nenhuma forma de pressionar o
Plenário.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa defere a retirada
do artigo 81. A matéria, por conseqüência, está fora da Ordem do Dia. Dando
seqüência aos trabalhos, vamos à matéria de folhas 10. Este Projeto já foi
retirado da Ordem do Dia, por Requerimento do autor, Ver. Leão de Medeiros.
Projeto de Resolução 34/92, retirado da Ordem do Dia.
Com a palavra, o Vereador Omar Ferri.
O SR. OMAR FERRI: Existe à folha 07, na
Ordem do Dia, para Discussão Geral e Votação, Processo 1683/92, que tem por
objetivo conceder título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Dr. Antonio
Augusto Fernandes. Eu solicito a V. Exª que me informe se foi votado.
O SR. PRESIDENTE: Foi votado e aprovado
por unanimidade.
O SR. OMAR FERRI: Quero pelo menos
registrar nos Anais da Casa este meu aparte para dizer que a matéria foi votada
em um momento em que eu não estava presente neste Plenário e se estivesse teria
votado contra.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa registra a
manifestação de V. Exª para que conste nos Anais.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
PROC.
Nº 1589/92 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 41/92, do Ver. Vicente Dutra, que concede o
título honorífico de Cidadão Emérito ao Médico-Veterinário Rafael Saadi.
Parecer:
- da CCJ.
Relator, Ver. Omar Ferri: pela aprovação.
Observação:
- Incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa vai colocar em
votação, antes de iniciar a discussão do Projeto, Requerimento solicitando que
a votação seja simbólica e não nominal. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em discussão o PR nº 41/92. (Pausa.) Encerrada a discussão.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Requerimento de autoria do Ver. Vicente Dutra, solicitando
seja o PR nº 41/92 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua
Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC.
Nº 265/92 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 06/92, que modifica
dispositivos da Lei nº 6095, de 20 de janeiro de 1988, com as alterações pela
Lei nº 6810, de 05 de março de 1991 e dá outras providências. Com Mensagem
Retificativa.
Parecer:
- da CJR.
Relator, Ver. João Motta: pela aprovação.
- da CCJ.
Relator, Ver. João Motta: pela aprovação da Mensagem Retificativa.
- da CFO.
Relator, Ver. Airto Ferronato: pela aprovação do Projeto e da Mensagem
Retificativa.
- da CUTHAB.
Relator, Ver. Artur Zanella: pela aprovação do Projeto e da Mensagem
Retificativa.
O SR. PRESIDENTE: Em votação Requerimento
de autoria do Ver. Wilton Araújo, solicitando o adiamento da discussão por três
Sessões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 109/92 - SUBSTITUTIVO Nº 02, do Ver Leão de Medeiros, ao PLE nº 04/92, do
Ver. Wilson Santos, que dispõe, sobre a aplicação, na Segurança do Trânsito, da
receita e multas por infrações de trânsito.
PROC.
Nº 2081/92 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 50/92, do Ver. Wilson Santos, que denomina
"Plenário Cesar de Mesquita" o Plenarinho da Câmara Municipal de
Porto Alegre.
PROC.
Nº 2205/92 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 165/92, do Ver. Dilamar
Machado, que extingue o Fundo de Previdência da Câmara Municipal de Porto
Alegre.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 1926/92 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 156/92, do Ver. Wilson Santos,
que estabelece prazo para pagamento, sem ônus, do IPTU e das taxas de água, de
esgoto e de lixo.
PROC.
Nº 1991/92 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 160/92, do Ver. Dilamar
Machado, que denomina Eduardo Zaccaro Faraco o largo fronteiro ao Hospital de
Clínicas de Porto Alegre.
PROC.
Nº 2134/92 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 66/92, que autoriza o
Município a alienar imóvel de sua propriedade, com dação em pagamento, a Annita
Vanário Mistrello, Plínio Vanário Mistrello e Ismael Vanário Mistrello e dá
outras providências.
3ª SESSÃO
PROC.
Nº 1923/92 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 54/92, que autoriza o
Município e alienar área remanescente de propriedade municipal a Roberto
Ubirajara Marques, com base no art. 208 da Lei Complementar nº 43/79.
PROC.
Nº 1963/92 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 09/92, que inclui parágrafo
único ao artigo 37 da Lei Complementar nº 170, de 31 de dezembro de 1987, com a
redação dada pela Lei Complementar nº 180, de 18 de agosto de 1988, e dá outras
providências.
PROC.
Nº 1988/92 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 10/92, que acrescenta o
incisivo V ao artigo 49, a letra "i" ao inciso II do artigo 139, dá
nova redação ao Capítulo III da Lei Complementar nº 43, de 21 de julho de 1979,
e dá outras providências.
O SR. PRESIDENTE: Não há orador inscrito
para discutir a Pauta.
Passamos ao
GRANDE EXPEDIENTE
O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, a Casa tem apenas trinta e cinco dias para definir a questão do
IPTU para o ano de 1993.
Nós estamos extremamente preocupados em relação à
repercussão que o presente Projeto terá sobre os munícipes, porque na realidade
o que vale é o Orçamento, uma vez que até agora o Projeto apresentado pelo
Executivo altera a Lei Complementar nº 7, matéria do IPTU, em relação mais a
questões de processualística e de outro lado consagra um princípio oriundo
desta Casa da isenção do IPTU para o aposentado que ganha até três salários
mínimos, proprietário de um único imóvel, que o destine à residência.
Nós achamos que essa proposta, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, é uma proposta tímida em relação ao IPTU. O que hoje acontece pelo
Projeto apresentado pelo Executivo e que acompanhou o Orçamento, toda a
correção do IPTU para o ano que vem dar-se-á ao nível e no patamar da inflação.
Vale dizer que, se não alterarmos a proposta do IPTU no Orçamento, aprovado o
Orçamento na forma em que está, acompanhado da planta de valores, nós estaremos
consagrando a inflação plena em relação ao IPTU no ano de 1993. Nós temos o
apoio da Bancada do nosso Partido, não temos dúvida disso. Nesta oportunidade,
pretendemos que o IPTU sofra algumas alterações nessa proposta, porque na forma
como está apresentado, ele fere e atinge profundamente e penaliza os
contribuintes da Cidade de Porto Alegre. Nós temos de outro lado, também, uma
preocupação. Entendemos que, neste momento, é através do Projeto do Executivo o
único mecanismo adequado para alterarmos o IPTU do ano de 93. Eu acho que esta
Casa já deveria ter agido com mais presteza em relação ao IPTU, porque nós
estamos chegando ao final de mês e aí surge a dúvida, podemos aprovar o IPTU
depois da aprovação do Orçamento, cujo prazo é previsto para o fim do mês? Não
se enfrentará a discussão de que ele mexerá na receita se alterarmos após o dia
30 de novembro com o Orçamento eventualmente já aprovado? Por essa razão eu
sustentava, e ainda sustento, que o IPTU deste ano tem que ser contemplado até
sexta-feira, dia 13 de novembro. Pretendo formalizar isso através de um contato
com as lideranças de oposição desta Casa, formalizado a apresentação do artigo
nº 81 em relação a esse Projeto. Penso que devemos discutir o IPTU na sexta-feira.
Aliás, eu já tinha, Ver. Dib, feito essa sugestão para que a questão do IPTU
fosse definida. E tem mais: se nós ficarmos adiando, essa matéria será vetada
no final do ano e o Sr. Prefeito poderá trazê-la novamente já no ano que vem e
uma nova discussão haverá sobre a questão dos vetos a essa matéria. Eu entendo,
então, que a questão do IPTU, já que até hoje a Câmara entendeu de não aprovar
uma comissão que eu havia solicitado no dia 24 de julho, Ver. João Dib, que
demorou até agora e que levou a comissão a sua inocuidade do ponto de vista
operacional. Hoje ela seria aprovada, mas estaria inócua porque já estamos com
um Projeto. Então, nós temos que resolver esse assunto da forma mais imediata
possível. É idéia deste Vereador requerer o Artigo nº 81 para que a matéria
seja examinada na quarta-feira, o mais tardar na sexta-feira. Aí acho que vai
ser um fórum adequado para discutirmos a questão do IPTU. O Projeto já passou
e, infelizmente, a matéria já está nas Comissão. Talvez o caminho mais adequado,
Ver. Leão de Medeiros, seja fazer uma meia sola, aplicarmos uma anistia de 30
ou 40% para aqueles que não pagaram o de 92, aplicarmos uma compensação, uma
vantagem para aqueles que pagaram em dia e estabelecermos mecanismos de
desconto para o IPTU de 93, já, para que esta Câmara de Vereadores se redima
perante a opinião pública da Cidade de Porto Alegre, que pagou este ano, e não
pagou outros, um abusivo IPTU. Só assim, talvez, esta Legislatura que encerra
agora, neste ano de 92, possa deixar o seu nome na historia de Porto Alegre, e
que teve momento na defesa dos segmentos de classe média desta população, desta
Cidade e que chegou um momento em que disse basta e um momento de rever; ou nós
fazemos isso agora, ou não teremos mais condições de fazer.
Pretendo, amanhã, Sr. Presidente, estou anunciando que essa
matéria seja examinada até sexta-feira, já que as Comissões não se reuniram até
agora, não vão se reunir numa forma de estudo profundo. Vamos deixar para
mexer, Ver. João Dib, nas alíquotas do ano que vem. Lamentando, talvez, a
ausência de alguns companheiros importantes nesse debate. Sinceramente digo
isso com profunda tristeza e dentre eles cito o companheiro Leão de Medeiros e
Omar Ferri, em homenagem a esses dois valentes Vereadores que, na questão do
IPTU tiveram uma posição firme e forte. Registro, também, o Ver. Wilson Santos,
que não obteve a sua reeleição, neste momento, e que foi um batalhador, junto
com esses dois Vereadores no combate à sanha fiscal, a sanha fiscal praticada
pela Administração do PT. Mas nós teremos, se há oportunidade de se discutir
esta matéria será na sexta-feira. Eu acho que é um momento oportuno para que
essa discussão seja feita de forma clara, e também colocando esse assunto na
ordem eleitoral da semana. Nós estamos aí há menos de uma semana do embate que
se dá no domingo. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Airto Ferronato): O próximo Vereador
inscrito é o Ver. Jaques Machado, que não está presente.
A Mesa apregoa a Emenda de Liderança apresentada pelo Ver.
João Dib, com a assinatura de diversos Vereadores: Modifica o dispositivo da
Lei nº 6095, de 20 de janeiro de 1988, com as alterações da Lei nº 6.810, de 5
de março de 1991 e dá outras providências. (Processo 0265/92 - PLE 06/92)
Próximo orador inscrito é o Ver. João Dib, que faz uma
transposição de tempo com o Ver. João Motta.
O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu acho que agora com essa intervenção do Ver. Isaac Ainhorn ficou
bem mais claro, pena que o Plenário se encontre mais esvaziado do que naquele
momento em que nós fizemos a discussão acerca do seu Requerimento sobre o IPTU;
parece que está mais do que clara, Ver. Isaac Ainhorn, que a sua finalidade ao
discutir o IPTU é eleitoral mesmo. V. Exª assumiu aqui, claramente, que quer
discutir o IPTU ainda esta semana porque no dia 15 de novembro nós estaremos
elegendo o novo Prefeito da Cidade de Porto Alegre. E quer com isso, o Ver.
Isaac Ainhorn, criar um fato político contrário à tendência evidente que hoje
existe na Cidade, que é nós permanecermos no Governo da Cidade de Porto Alegre.
Portanto, eu louvo a sinceridade do Ver. Isaac Ainhorn que assume com toda a
transparência qual é a sua finalidade política ao tentar votar o IPTU ainda
nesta sexta-feira. Pois eu diria Ver. Isaac Ainhorn que a sua sinceridade,
neste momento, foi contrária e tão-somente reforçou aquilo que eu havia dito
anteriormente. Na verdade o IPTU não pode servir para esse tipo de manipulação,
para esse tipo de objetivo. É uma decisão política muito séria. Não é por
outras senão por essa razão que durante esse debate vários Vereadores às vezes
querem dividir ou não dividir a responsabilidade pelo perfil de IPTU que nós
temos na Cidade entre a Câmara e o Executivo. Portanto, é uma decisão que
necessariamente envolve os dois Poderes. Não há, na minha opinião, qualquer
possibilidade de nós impormos, a partir do Executivo, uma proposta fechada para
a Câmara, e nunca fizemos isso, assim como é completamente e radicalmente
equivocada essa lógica em que trabalha o Ver. Isaac Ainhorn, que é fazer com
que a Câmara, o Poder Legislativo, por si só, imponha à Cidade e ao Poder
Executivo um perfil e uma visão desse imposto. Eu acho, Ver. Isaac Ainhorn e
prezados Vereadores, que esse caminho que o Ver. Isaac Ainhorn está registrando
e registrou, que é o Requerimento do art. 81, é o caminho mais equivocado e
isso leva ao processo de polarização, de discussão e de disputa direta com o
Executivo. Eu acabei de dizer, quando encaminhei anteriormente, que sempre o
IPTU, juntamente com outros temas, aqui na Câmara, foi sempre discutido pela
via da negociação, e não é outra, se não essa, a mesma flexão que o Sr.
Prefeito, a Bancada do PT, o Poder Executivo tem de novo nessa discussão, razão
pela qual os termos da discussão que nós estamos propondo são termos que nós
reconhecemos como fruto desse longo debate que realizamos, aqui, na Câmara e
com várias entidade da Cidade. Portanto, nós estamos abrindo mão em grande
medida das propostas iniciais que nós sempre apresentamos com relação ao IPTU.
Há uma disposição de transigir, sim, há uma disposição, sim, de negociar.
Agora, Ver. Isaac Ainhorn, V. Exª pode ter certeza: não haverá por parte do
Executivo nenhuma capitulação, nenhum recuo absurdo como esse que V. Exª está
propondo. Portanto, eu gostaria de registrar que esse caminho proposto pelo
Ver. Isaac Ainhorn pode precipitar a discussão e quem perde com isso é a
Cidade, porque não existe regimento nenhum, Vereador Isaac Ainhorn, que obrigue
a que essa votação tenha que ser necessariamente até o dia 15 de novembro, a
não ser o interesse eleitoral de V. Exª assumido abertamente, aqui, nesta
tribuna. Isto eu gostaria de lamentar, porque o IPTU não pode servir para esse
tipo de interesse, ainda mais diante da decisão séria que nós temos de tomar
nesses próximos dias. Na segunda parte...
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, tendo em
vista o princípio da anualidade do Direito Tributário, este Vereador pergunta:
qual o prazo fatal para o exame da matéria do IPTU, aqui nesta Casa, em termos
de data?
O SR. PRESIDENTE: Vereador, pelo princípio
geral, o prazo seria até 31 de dezembro, pelo princípio da anualidade. No
entanto, a Mesa determinou à Assessoria Legislativa, consulta à Auditoria se há
ou não vinculação direta do IPTU com a proposta orçamentária do Município, que
é o que entende a Presidência que há, em todo caso, oportunamente, a Mesa lhe
dará a resposta.
O SR. ISAAC AINHORN: Sou grato pela
informação de V. Exª e acho extremamente oportuno. Lamento que haja poucos Vereadores
em Plenário.
O SR. PRESIDENTE: O Vereador João Motta
continua com a palavra.
O SR. JOÃO MOTTA: Continuando, Sr.
Presidente, eu gostaria, nesse segundo momento, de registrar a viagem que 14
crianças da Vila Cruzeiro, estudantes da Escola Municipal Martim Aranha,
fizeram a Paris a convite do Governo Francês. Inclusive os custos da viagem
foram cobertos por doações e pelo próprio Governo Francês. E creio que está
muito evidente, para todos nós, que essa viagem foi motivada pelo trabalho
desenvolvido pela SMED, desde 89, quando, através de um convênio com a
Associação de Professores de Francês do Rio Grande do Sul, passou a oferecer o
ensino da Língua Francesa em diversas escolas da rede municipal.
A turma que fez essa viagem faz parte de uma turma pioneira
desse convênio, para orgulho nosso e da Cidade de Porto Alegre. Essa iniciativa
é muito importante, não só para a Administração Popular. Porque essas 14
crianças que, muito provavelmente nunca saíram da Cidade, na verdade,
simbolizam, hoje, o reconhecimento desse trabalho que está sendo feito pela
Secretaria Municipal de Educação, dirigida pela professora Esther Pillar
Grossi, com a construção de uma nova proposta pedagógica, sintetizada no
princípio de que as crianças oriundas das classes populares têm tantas
condições de aprender quanto qualquer outra, desde que o Poder Público tenha o
interesse e a capacidade de despertar nelas a paixão de aprender.
Essa turma que foi a Paris é de uma das regiões mais pobres
da Capital. São crianças das quais muitos duvidavam que poderiam aprender a ler
e escrever, que o curso natural da vida social da Cidade condenaria à
marginalização. Pois elas, não só aprenderam a ler e escrever, como hoje estão
aprendendo a falar outro idioma, a Língua Francesa. Para elas, portanto,
conhecer outro país significa perceber que estão em um mundo mais amplo,
heterogêneo e diferente daquele apresentado por essa realidade cotidiana.
Significa também a conquista e o reconhecimento do seu estatuto de cidadãos,
independente da distância que os separa do poder econômico ou do próprio nível
de vida. Portanto, essa viagem pode mudar radicalmente, no meu entendimento, a
vida dessas crianças, que certamente voltarão para a Vila Cruzeiro, mas irão
crescer com uma outra consciência, uma consciência aberta ao respeito de suas
capacidades e de seus direitos, terão mais condições de agir, de transformar a
sua vida, o seu meio e a sua Cidade. É dessa forma, Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, que gostaríamos de registrar o nosso compromisso, o compromisso da
Secretária Esther Pillar Grossi, que recebe da minha parte o meu reconhecimento
por objetivar concreta e efetivamente, a partir dessa iniciativa, aquilo que
todos nós queremos, que é o futuro e a grandeza da Cidade de Porto Alegre e a
justiça social para todos os seus cidadãos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver.
João Dib.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, se há algo que me assusta é a incompetência, se há algo que me
assusta é falar de algo que não se entende, se há algo que me assusta é enganar
o nosso semelhante. Agora se engana por incompetência, então a coisa é muito
pior. Tenho ouvido o candidato do PT a Prefeito desta Cidade dizendo que
problemas de circulação da Cidade se resolvem com engenharia de trânsito e não
com grandes obras, viadutos, pontes, elevadas e outras coisas mais, que ele
teima em negar. Ora, Sr. Presidente, falar do que não se entende é sério, cria
sérios problemas. O candidato, no mínimo, deveria saber que Engenharia de
Trânsito é exatamente aquele ramo da Engenharia que vai determinar que tipo de
obra deve ser feito num ponto crucial de circulação para que se equacione e se
solucione adequadamente. O candidato a Prefeito do PT diz que não! São latas de
tintas, alguns pintores, alguns fiscais da SMT e está tudo resolvido. Dique,
Avenida Sertório com Farrapos, onde deveria ter uma elevada sobre a Farrapos, o
candidato a Prefeito Tarso Fernando diz que não precisa, que algumas latas de
tina resolvem o problema. Realmente, não conhece nada de Engenharia de
Trânsito, nem sabe o que é Engenharia de Trânsito, como até eu coloco minhas
dúvidas de que a Secretaria Municipal de Transportes tenha condições de
analisar o que seja Engenharia de Trânsito. Senão, não aconteceria a aberração
de colocar um terminal de lotação exatamente onde a Engenharia de Trânsito diz
que deveria haver livre circulação, ou seja, embaixo do Viaduto Obirici, onde
tem um terminal de lotações tirando parte da faixa de rolamento. Ora, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, se colocasse em cima do Viaduto, então, os heróis
da Secretaria Municipal de Transportes entenderiam que, se era aberração, mas
agora o Viaduto funciona lá em cima e funciona aqui embaixo, e aqui embaixo tem
uma pista de rolamento para dar escoamento ao trânsito. Não tem como colocar um
terminal de lotações exatamente embaixo do Viaduto Obirici. E lá está. Quando
alguém me reclamou, eu pensei: não, estão brincando comigo e não vou perder meu
tempo indo lá olhar. Mas eu fiquei meio assim e resolvi ir lá. Não é que é
verdade? Lá está um terminal de lotações e de ônibus, na curva, tirando uma
faixa de rolamento que a Engenharia de Trânsito definiu ter sido feita para que
houvesse uma melhor circulação. Mas esses homens da Administração da Prefeitura
são estranhos e curiosos. Falam que a grande preocupação da coletividade é
saneamento. É a primeira. Cobram aí uma taxa de pluvial, que eu defendi a
cobrança dela há poucos dias desta tribuna, porque eu queria que as obras
fossem realizadas, e, há poucos dias, um ex-Diretor do DMAE, sem dúvida nenhuma
um dos mais brilhantes sanitaristas que esta Cidade tem, que esta Casa já
homenageou quando deixou a Direção do DMAE, caminhava tranqüilamente nas ruas
da Vila Assunção quando olhou que operários do DMAE implantavam uma rede de
esgoto. Ele, por dever de ofício, por força de profissão, por conhecimento que
tinha, perguntou o que estavam fazendo. E eles responderam: uma rede de
cloacal. Mas como? Isso é uma barbaridade, mandou chamar o engenheiro-chefe. E veio
o engenheiro da empresa que faz a obra. E o que é feito? Esgoto cloacal, sem
fossa, lançado diretamente no esgoto dos decantadores da estação da Tristeza. O
que escoa no esgoto, que foi ele que fez, Eng. José Joaquim Assunção Neto, o
que escoa? Tão-somente a água de lavagem dos tanques de decantação e que é
lançada próximo à tomada de água da Tristeza.
Ora, os homens que falam de boca cheia em saneamento,
Orçamento Participativo da coletividade, esses homens que falam em saneamento,
ligam o esgoto cloacal direto no esgoto implantado apenas para decantação dos
tanques para a lavagem, e lançam, exatamente, na tomada de água para que a
tomada de água traga para a estação aquela água que saiu do decantador, sem
problemas maiores, aquela água que saiu do rio com mais sulfato de alumínio não
vai atrapalhar em nada, agora, com matéria fecal lançada diretamente nesse
esgoto que não foi ali instalado com esta finalidade.
Portanto, aquela taxa de esgoto que defendia aqui na
quarta-feira passada deveria ser usada, e bem, deveriam saber o que é
saneamento, porque falam tanto. E sei que até agora o que estão saneando mesmo
é o bolso do contribuinte porto-alegrense, que está ficando vazio. E é o bolso
do servidor municipal, donde está sendo tirado o dinheiro ao qual ele tem
direito. Isto, sim, estão limpando.
Mas saneamento não é isso aí. E ninguém vai dizer que o Dr.
José Joaquim Assunção Neto não sabe que da Praça Araé estava saindo um esgoto
que não deveria ser ligado ao esgoto implantado por ele para que se fizesse o
escoamento das águas no momento da lavagem dos decantadores. Tão-somente para
isso. Até para que não ocorresse isso. Vejam os Senhores a importância desse
esgoto, especialmente para a água de lavar os decantadores. Na Hidráulica
Moinhos de Vento, freqüentemente, houve problemas, creio que agora não haja
mais, quando se lavavam os decantadores e se lançavam no esgoto comum, na
canalização comum de esgoto e algumas ruas tinham as casas invadidas por aquela
lama, por aquele material decantado, por aquele material que o sulfato de
alumínio, em face de estar depositado no fundo do decantador, invadia muitas
casas daquela zona todas nas vezes em que se lavava o decantador do DMAE.
Então, o Eng. José Joaquim Assunção Neto sabe muito bem o que estava dizendo e a
resposta que lhe foi dada era de que era uma ordem para fazer isso. Aquele
engenheiro jovem, filho também, por coincidência, de um ex-Diretor do DMAE,
disse: Dr. Assunção, eu sei quem o senhor é, mas estou cumprindo ordens.
O Sr. Antonio Hohlfeldt: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dib, ouço V.Exª atentamente, tendo em
vista que o nosso embaixador está ausente neste momento, queria pedir licença a
V. Exª para depois apanhar uma cópia taquigráfica do seu discurso para
encaminhar ao Prefeito, quanto a este segundo assunto que V. Exª enfoca, porque
acho que deve ser do conhecimento do Prefeito. Se confirmar, então, que se tome
a providência cabível.
Quanto ao primeiro, se eu tiver disponibilidade de tempo,
vou discutir com V. Exª a questão, porque eu conheço bem a zona, passo por ali
diariamente, venho da Zona Norte e vou levantar uma outra perspectiva que eu
acho que V. Exª vai acabar concordando comigo.
O SR. JOÃO DIB: Eu concordo com V. Exª
que conheça muito bem a área e parece até que V. Exª implantou ou iniciou a
implantação da solução adotada da Sertório com a Farrapos. Não estou dizendo
que ela não foi um paliativo. V. Exª sabe muito bem que a solução seria
definitiva. V. Exª, inteligentemente, usou um paliativo. Então não se pode
dizer que a Engenharia de Trânsito não seja necessária, não seja essencial.
E quanto à cópia do meu discurso, não tem problema nenhum,
todos os meus discursos sempre estiveram à disposição da Bancada do PT, do
Prefeito ou de quem desejasse, porque eu não tenho nada com que me preocupar em
repetir aquilo que eu digo nesta tribuna. Digo também fora dela. Não tem
problema nenhum, Engenharia de Trânsito é necessária e saneamento tem que saber
o que é. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa constata a
inexistência de "quorum" para a continuidade dos trabalhos da
presente Sessão.
(Levanta-se
a Sessão às 16h29min.)
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